quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Oficiais da Capital expõem fragilidade da corporação em atender incêndios de grande proporção



Incêndio que destruiu loja na noite de terça-feira, em Porto Alegre, expôs precariedade da corporação

As precariedades — e os nervos — do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul ficaram expostas mais uma vez. O incêndio em uma empresa na zona norte de Porto Alegre — que durou cerca de seis horas até o rescaldo em uma luta contra o tempo para evitar que as chamas atingissem quatro bombas de combustíveis dentro de uma empresa de ônibus — foi mais um exemplo da fragilidade estrutural da corporação para combater o fogo.
O desabafo do major Rodrigo Dutra (leia abaixo), subcomandante da corporação em Porto Alegre e responsável pela área operacional na região, revela um quadro preocupante. Colegas de farda também relataram percalços do cotidiano que envergonham os bombeiros. A existência de apenas uma autoescada, a inexistência de caminhões-pipa, falha nos radiocomunicadores e só uma viatura para cada um dos oito batalhões, quando o necessário seria o dobro, mostra que a realidade pouco mudou desde o incêndio do Mercado Público, em julho passado. O déficit é de quase 600 homens, no mínimo. Hoje a Capital tem 230 bombeiros.



Nesta semana foi definida a abertura de licitação para a compra de equipamentos para 2014 por meio do Fundo de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom), com verba de R$ 2 milhões. Entre os materiais, está prevista a aquisição de uma ferramenta fundamental: o oxi-explosímetro, que permite entrar em ambiente confinado com vazamento de gás. Ontem, os bombeiros de Porto Alegre encaminharam ao comando da Brigada Militar uma lista com as necessidades no total de R$ 16 milhões, incluindo três viaturas com autoescada mecânica ou plataforma.

Comandante dos bombeiros da Capital, o tenente-coronel Adriano Krukoski afirma que, desde 1998, a corporação não recebe viaturas do Estado. Segundo o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Evilton Pereira Diaz, o último investimento do governo do Estado em viaturas para Porto Alegre ocorreu em agosto de 2013, quando foram comprados três caminhões de combate a incêndio.
Ele afirma que a previsão, entre custeio e investimento, é de R$ 13 milhões para 2014. Já foram licitados seis caminhões de bombeiros para esse ano. Nenhum para Porto Alegre. O coronel afirma que o Centro de Comunicações da Brigada está averiguando falhas nos radiocomunicadores.
O comandante sustenta que a corporação tem feito esforços para ampliar o contingente, incluindo a contratação de 600 homens ao efetivo em 2013. Este ano, já foi publicado o edital para a inclusão de mais 400 bombeiros. Atualmente, a defasagem de pessoal é de 40%. Há 2,6 mil bombeiros no Estado, mas deveria haver cerca de 4,3 mil.
A Secretaria da Segurança Pública foi procurada para falar sobre investimentos, mas disse que não cabe a ela falar sobre isto. ZH também tentou contato com a Brigada Militar, que designou o coronel Evilton para falar sobre o assunto.
O desabafo de quem está na linha de frente
Ao relatar em ordem cronológica as providências e dificuldades para combater o incêndio na noite de terça-feira, o subcomandante do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, major Rodrigo Dutra, expõe a precariedade de estrutura, como carência de caminhão-pipa e caminhões de combate a incêndio e sistema de radiocomunicação ineficiente.
19:30
"Em meio à reunião com a diretoria do Inter (de liberação do estádio para o jogo de ontem), ouço no rádio o código 66, referente a apoio (pedido de socorro). Diziam que era perto do DC Navegantes e que era de grandes proporções. Como comandei a operação do Mercado Público aqui em Porto Alegre, pensei na hora: 'Isso não vai dar certo'. Abandonei a reunião."
19:32
"Entrei na viatura. Ligamos a sirene e saímos a toda. Pelo rádio tentava me informar do que estava acontecendo, e nada. Vamos para o celular. Há na mesa do 193, o atendente do Ciosp, dois telefones, um que recebe chamadas administrativas e outro, a ligação de emergência, com uma pessoa atendendo cada um. Não consegui falar com os caras. O sistema de rádio ora funciona, ora não funciona."
19:50
"Chegando lá, começa o calvário da ocorrência. O controle do incêndio principal estava focado na proteção do shopping. Nenhuma equipe conseguia romper os portões de ferro que davam acesso à zona entre a empresa (Ouro e Prata) e o shopping. Precisaríamos entrar lá. O objetivo era conter a propagação. Vi um sargento tentando pular o portão e caindo no chão por causa de um choque elétrico. Não tinha desencarcerador (espécie de macaco hidráulico capaz de abrir portões de ferro). Em um incêndio, tu jogas contra o tempo.
19:55
"Pedi que um caminhão de bombeiros tentasse entrar de ré e botar o portão abaixo. Passa por cima, azar. O fogo estava a 50 metros deste portão. Alguém apareceu com um controle remoto e abriu o portão. E aí começam as dificuldades de ser em uma cidade como Porto Alegre com só oito quartéis e meia dúzia de caminhões velhos."
20:00
"Estava enlouquecido com o meu rádio tentando comunicar a CEEE para que a energia elétrica fosse desligada no local. Entrei na viatura para pegar o rádio, mas ela não tinha rádio. E os bombeiros combatendo as chamas com o prédio energizado. Avistei uma viatura da Brigada Militar. Peguei o rádio deles e acionei a rede. O oficial que atendeu disse que eu estava acessando a rede do 11º BPM. Eu disse: 'Eu sei. Só estou querendo tua ajuda para dizer ao coordenador do Ciosp que a rede do Corpo de Bombeiros está inoperante. Aciona a mesa dos bombeiros, que é do teu lado aí, e pede para eles avisarem a CEEE com brevidade para cortar a energia'. Amadorístico total, né? Cidade da Copa."
20:20
"Não sei de onde vieram, mas dei graças a Deus. Depois fiquei sabendo que eram bombeiros voluntários de Eldorado do Sul e Camaquã, que vieram por conta própria. Não permitimos que entrassem por questões de segurança, mas a água foi a salvação. Depois acionamos empresas privadas que trouxeram caminhões-pipa."
21:20
"A escada mecânica estava posicionada perto dos quatro tanques de combustíveis, jogando água o tempo todo para evitar que fossem atingidos. Neste meio tempo, voltou a pegar fogo na área da loja. O certo seria ter outra escada mecânica que pudesse ser posicionada ali para combater as chamas, mas não tínhamos."
21:30
"Novo reposicionamento tático da escada. Se houvesse escadas suficientes, viaturas em condições e caminhões-pipa, nem a metade daquela área teria sido queimada. Imagina o desespero de saber o que tem de ser feito e não ter como fazer."
Bombeiros da Capital, que pedem para não ser identificados com receio de sofrerem represálias, enumeram as dificuldades de trabalho no dia a dia:
"Alguns EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) estão rasgados e descosturados. Isto nos expõe a risco. O meu é de cinco anos atrás. Mas as roupas não duram muito, pegam fogo na ocorrência. A situação está precária. Já aconteceu de chegar a uma residência, o carro queimando na garagem, e a mangueira não ligar porque a bomba que faz pressão para a saída de água estragou, por exemplo. Eu com vergonha, e o carro todo queimado."
"Este caminhão que temos não tem segurança nenhuma. É um lixo. Tem problema nos freios. Aí, tu imagina, a gente tem de andar correndo, cortando o trânsito, andar carregando 5 mil litros de água. Às vezes, tem de frear de soco. É perigo para nós e para os outros motoristas. O cara nem pensa muito, meio que confia no colega que está dirigindo."
"A nossa preocupação é chegar à tua casa, te olhar e dizer: 'Não tem o que fazer'. A escada que temos vai até o oitavo andar de um prédio. Se tu tiver no nono vai ter de te atirar porque eu não tenho o que fazer para te salvar. Pegamos acidentado preso em uma grade, em que a pessoa ficou espetada e não tinha o material para tirar. Como eu me sinto com isto?"
"Porto Alegre não tem um caminhão-pipa, sempre que dá um incêndio grande desses (o fogo em uma loja na zona norte da Capital, na noite de terça-feira), empresas nos doam voluntariamente os delas. Desta vez, foi assim. Teve uma hora que ficamos de mãos atadas, a mangueira seca porque não tinha água. Aí, dá uma tristeza, né? A gente luta, luta, luta e leva um nocaute técnico."








FONTE:
Jornal ZERO HORA

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

NOTA DE FALECIMENTO





O CBMDF informa que no último domingo (09) faleceu o Soldado Luis Augusto Aragão Feitosa de 23 anos, vítima de um acidente aéreo numa chácara próxima à cidade de Taquaralto no estado de Tocantins.

O SBM Luis Augusto ingressou na Corporação em 2012 e estava lotado no 13º GBM do Guará I.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Nova viaturas tipo ASE do 2º GBM



O objetivo é dotar a população do DF de viaturas de ponta, reduzir o tempo resposta ao socorro e proporcionar aos militares o que há de mais moderno em carros de bombeiro.
Seguem dados complementares com lista de materiais e atributos técnicos do ASE:

Lista de equipamentos: 
  1. Cortador - ferramenta de desencarceramento
  2. Expansor - ferramenta de desencarceramento
  3. Cilindro - ferramenta de desencarceramento
  4. Cortador de pedal - ferramenta de desencarceramento
  5. Motobomba hidráulica de desencarceramento
  6. Guincho de alavanca tipo Tirfor
  7. Arco de serra
  8. Balão de iluminação
  9. Bomba submersível para esgotamento
  10. Cabo elétrico (Quantidade 02)
  11. Caixa de ferramentas para serviços elétricos
  12. Calças para operadores de motosserra (Quantidade 2)
  13. Capacetes para operadores de motosserra (Quantidade 2)
  14. Chave para hidrantes subterrâneos
  15. Chave universal para acoplamento Storz de 1,5”, 2,5” e 4” (Quantidade 2)
  16. Cones de controle de tráfego (Quantidade 10)
  17. Cabo (corda) com bolsa de transporte (Quantidade 02)
  18. Corda de amarração com bolsa de acondicionamento. (Quantidade 2)
  19. Corta vergalhão (tesourão)
  20. Cortador a disco
  21. Croque bombeiro
  22. Cunha (para rachar)
  23. Divisor
  24. Enxada (Quantidade 02)
  25. Enxadão (Quantidade 02)
  26. Escada prolongável (extensível)
  27. Esguicho de jato regulável de 1,5”
  28. Esguicho de jato regulável de 2,5”
  29. Extintor de PQS
  30. Extintor de CO2 portátil
  31. Facão com bainha
  32. Ferramenta de salvamento combinada
  33. Filtro tipo Cesto
  34. Foice
  35. Gadanho
  36. Gancho Tipo H
  37. Hidro-escudo
  38. Holofote manual recarregável
  39. Kit de almofadas infláveis
  40. Lanterna tipo pisca (Quantidade 02)
  41. LGE de alta expansão (galão de 20 litros)
  42. Luvas de proteção contra descargas elétricas (Quantidade: 3)
  43. Luvas resistentes a produtos químicos (Quantidade: 2)
  44. Machado Tipo Bombeiro
  45. Malho de borracha
  46. Mangote de sucção (Quantidade 4)
  47. Mangueira de 1,5” (Quantidade 20)
  48. Mangueira de 2,5” (Quantidade 10)
  49. Mantas de resgate (Quantidade 04)
  50. Marreta de 5 kg com cabo de madeira
  51. Martelo de dupla face
  52. Motosserra
  53. Pá de bico quadrado
  54. Pá de bico redondo
  55. Pé de cabra
  56. Picareta (Quantidade 02)
  57. Ponte para Mangueiras (Quantidade 02)
  58. Recipiente para gasolina
  59. Redução Storz 2,5” para 1,5”
  60. Rolo de fita zebrada para isolamento (Quantidade 04)
  61. Suporte de mangueira de incêndio (Quantidade 2)
  62. Tapete de borracha para isolamento elétrico (Quantidade: 1)
  63. Tapete de borracha isolante elétrico
  64. Transportador de mangueira (Quantidade 20)
  65. Tripé
  66. Válvula de retenção
  67. Ventilador para combate a incêndio
 Atributos técnicos
  • cabine dupla original de fábrica (Scania - Suécia)
  • PBT - 18 toneladas
  • Potência - 360 hp
  • Sistema de freios com ABS e EBS (Eletronic Brake System)
  • Sistema automático de controle de tração
  • Caixa de marchas automática (Alisson - EUA)
  • Tanque de água com capacidade para 3.000 litros
  • Bomba de incêndio com vazão de 3.000 lpm (Godiva - Inglaterra)
  • Sistema de Espuma a Ar Comprimido (Gimaex - França) capaz de produzir até 7 litros de espuma para cada litro de água

5° Curso de Instrutor de Combate a Incêndio Urbano


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Rapel com Segurança - Como resolver um nó boca de Lobo?














A boca de Lobo é um nó que é dado no oito quando a parte inferior da corda, é levada até a parte superior.
Técnicas adequada, para isso, chamamos de Auto -Resgate.
O Auto- Resgate empregamos quando podemos resolver o problema sem contar com ajuda de outra pessoa